#001758 – 28 de Junho
Não admira que o número 6 seja atribuído ao demónio, no Cristianismo. Isso acontece porque, sem lá chegar, é o número mais próximo do 7, o número da perfeição divina. Nada é tão pouco recomendável como estar demasiado perto da perfeição. É o que acontece de novo com o último álbum dos incríveis Thou. Desta vez a voz surpreende. Tem uma agressividade tão assertiva, um timbre tão forte que até me levou a verificar se a banda tinha novo vocalista. Mas a parte instrumental não acompanha, é pior do que o costume. Impressiona que tão grandes talentos, ingredientes de tanta qualidade, falhem o alvo sempre por tão pouco. Ou pior que isso. Nem sequer chegam a falhar verdadeiramente, a espalhar-se ao comprido, o que às vezes produz arte relevante. Estão sempre quase, quase mas nunca lá. Já diziam os Pixies, “if 5 is man…”. Antes rejeitar deus e diabos e cair, espectacularmente cair muito antes, falhando como só os humanos falham.