#### #002186 – 24 de Maio de 2025

#002186 – 24 de Maio de 2025

A ideia de white fragility é uma “Kafkatrap”, uma vez que qualquer crítica à ideia de white fragility é recebida como prova de que a pessoa que resiste a essa ideia está precisamente a demonstrar white fragility. A geração que acolheu esta forma de activismo e sensibilidade (que defende a interseccionalidade das identidades como agregador político em vez da luta de classes) é a que mais sofisticação demonstra no que toca a falar das emoções. Isso enche-me de esperança. A geração que popularizou a expressão gaslighting está especialmente preparada para reparar que o discurso de personagens como Robin DiAngelo é indecoroso gaslighting. Seja com a terminologia da lógica e a sua taxonomia das falácias, com um posicionamento de sensibilidade e empowerment ou até com a filosofia de Harry Frankfurt no seu “On Bulshit”, há que identificar quem nos tenta manipular com discursos carregados emocionalmente e intelectualmente desonestos. Sim, o racismo existe e infelizmente parece até estar em crescimento. Mas Robin DiAngelo não tem nada a ensinar-nos. Leiamos antes as irmãs Fields e o seu “Racecraft: The Soul of Inequality in American Life”, ou James Baldwin, Walter Benn Michaels, Jennifer Pan.